sábado, 30 de abril de 2011

Realidade Virtual?

Lembro-me perfeitamente da minha adolescência boba enfiada no Farol do Saber perto da minha casa. Depois de ler praticamente toda a sessão juvenil, passei a ler livros mais adultos, o que contribuiu à minha maturidade precoce.
Porém, mais tarde os Faróis do Saber da cidade passaram a ter acesso à internet também e confesso que parei de ler de forma drástica.
Aquele mundo novo me cegou completamente, tudo perfeito, tudo lindo. Minha personalidade foi moldada através daquilo e me tornei uma pessoa vazia.
Aos 18 anos conhecia tanta gente, tantas coisas e na verdade não conhecia ninguém, não era nada.
Na internet tudo é mais intenso porque as pessoas fantasiam, se iludem, acham que podem conquistar o mundo.
Nada como conhecer alguém de verdade, de carne e osso, sentir seus medos, suas fraquezas. Perceber que todos são imperfeitos. Entender e gostar dos defeitos alheios, porque são inevitáveis e diferenciam uma pessoa da outra.
Beijar... Tocar... Sentir... Alguém consegue fazer isso na internet?
Passou. Essa minha fase de alienação ridícula social passou.
Posso afirmar que sou uma nova pessoa.
Voltei a ler (quanta saudade de me perder horas a fio em um livro). Voltei a ser alguém de verdade, não apenas um perfil virtual interessante.
Beijo, toco, sinto...
Falo, faço, me importo...
Viver é bom e eu vou fazer valer a pena.
Realidade é o vivemos e não o que idealizamos.
Quero olhar pra trás e sentir orgulho de ter vivido de verdade, sem mentiras, sem ilusões, sem medo.
Quero amar. Incontrolavelmente. Irremediavelmente. Incessantemente.
Não vou ser hipócrita e dizer que a internet não é importante.
É importante sim e muito.
Com a globalização atual, impossível não utilizar a internet como fonte de informação suprema.
Matenho sim minhas redes sociais sempre atualizadas...
MAS...http://twitter.com/jacque_wow/status/55992213049589760

2 comentários:

  1. La vou eu =)
    Não consigo entender essa diferença entre real e virtual; Somos representações do que queremos ser e, portanto, não existe essa diferença. Só a visão que eu tenho de mim mesma e o que você compreende que sou já é diferente ou "distorcida". E qual delas é a mais verdadeira ou real? Eu realmente não sei e acho que não é importante saber.
    Temos uma urgência em avaliar o que é verdadeiro do que é falso, mas tudo pode ser qualquer coisa, dependendo do ponto de vista, das alegorias que a gente tem da vida.
    Não acredito que as pessoas se iludam mais na internet do que na vida real. Não é fantasia mas nosso modo de se reconstruir, de mudar a cada dia. Aquela velha história que o rio e o homem nunca são os mesmos porque a cada segundo os dois mudam e nunca mais voltam ao seu estado original.
    Você falou de profundidade ou conhecer alguém de verdade, mas e isso é possível realmente se nem nós próprios nos conhecemos por completo? Já tentei pensar nas relações humanas também usando a palavra intensidade como um conceito mais “correto” mas tudo é intenso, dependendo, de novo, do modo que compreendemos a vida.
    Não sei se é melhor real ou virtual. Só sei que de qualquer jeito é bom já que “não existe felicidade de verdade se ela não for compartilhada”.

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  2. Achei válido seu ponto de vista.
    Mas ele é muito mais despreocupado do que o meu.
    Tudo o que não está ao nosso alcance é ilusão.
    E ilusão faz com que você veja e sinta coisas que não existem ou que não são exatamente daquela forma.
    Acredito sim em relacionamentos que começaram na internet. Mas a intenção principal do post não é criticar esse tipo de relacionamento, e sim, dar ênfase ao real, ao físico, ao toque vivo que só pode ser sentido cara a cara, corpo a corpo. O resto é platonicismo.
    Obrigada, Liti!
    Adorei sua opinião!

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